A integralização do mercado em 2022 está criando um ponto de entrada cada vez mais atraente para investidores de longo prazo.
Sumário Executivo
De volta ao básico
Valuations mais baixos e yields mais altos significam que os mercados de ativos hoje oferecem os melhores retornos de longo prazo em mais de uma década. Para chegarmos aqui, foi necessária uma queda dolorosa nos mercados de ações e títulos de dívida, e pode ser que ainda não tenhamos passado pelo pior.
Mas depois de um ano de turbulência, os princípios fundamentais do investimento ainda se mantêm firmes. Mais uma vez, a base das carteiras pode ser o 60/40, enquanto os alternativos podem oferecer alfa, proteção contra a inflação e diversificação. Enquanto isso, o fim do dinheiro grátis, o risco bidirecional maior na inflação e na política, e a maior dispersão do retorno entre os ativos também trazem mais opções para gestores ativos.
No curto prazo, os investidores enfrentam um momento desafiador, já que uma recessão, ou pelo menos vários trimestres de crescimento abaixo da tendência, estão logo à frente. Ainda assim, nossa avaliação da tendência de crescimento de longo prazo está apenas marginalmente abaixo da do ano passado. Acreditamos que o aumento inflacionário que vemos hoje diminua para uma taxa ligeiramente acima de nossas estimativas anteriores.
Os títulos de dívida se normalizam, as projeções para ações disparam
Nossa projeção de retorno anual para uma carteira 60/40 ações/títulos em US$ nos próximos 10 a 15 anos salta de 4,30% no ano passado para 7,20%.
Com a rápida normalização das taxas básicas de juros, os títulos já não parecem ser grandes perdedores. Mais uma vez, oferecem uma fonte plausível de renda e diversificação. Taxas sem risco mais altas também se traduzem em melhores projeções de retorno de crédito.
O retorno projetado da renda variável aumenta bastante. Em moeda local, nossa projeção para a renda variável de mercados desenvolvidos aumenta 340 pontos-base (bps), para 7,80%, e nos mercados emergentes salta 230 bps, para 8,90%. É provável que as margens de lucro das empresas recuem em relação aos níveis atuais, mas não devem retornar totalmente para sua média de longo prazo.
Os valuations de ações e títulos se mostram como um ponto de entrada atraente. Os alternativos ainda oferecem benefícios (diversificação, redução de riscos) que não são facilmente encontrados em outros lugares. Com o dólar americano mais supervalorizado agora do que em qualquer outro momento desde a década de 1980, a conversão cambial será um componente significativo dos retornos previstos.
Capital escasso, demanda crescente por Capex
Muitos temas de longo prazo que afetam nossas perspectivas (demografia , mudanças nos padrões de globalização) exigirão mais investimento de capital — paradoxalmente no momento em que a abundância de capital barato da última década está se revertendo. Como os mercados financeiros procuram alocar com eficiência o capital escasso, os retornos podem se tornar mais particulares, e as correlações podem ficar mais baixas dentro dos índices.
No geral, a perspectiva de retorno no relatório Long-Term Capital Market Assumptions deste ano contrasta fortemente com a do ano passado. Os efeitos negativos de yields baixos e valuations altos se dissiparam ou foram até mesmo revertidos, e as previsões de retorno de ativos podem ser consideradas “de volta ao nominal”.
Reset dos ativos, ponto de entrada atraente
Foi necessário um reset significativo nos mercados de ativos para nos trazer a esse ponto, e uma dor considerável para os investidores em títulos de dívida em um horizonte muito mais curto do que esperávamos. Ainda assim, os padrões subjacentes de crescimento econômico parecem estáveis, e as premissas que sustentam o retorno dos ativos —taxas básicas de juros reais neutras para ciclo, formato da curva, taxas de default e de recuperação e expectativas de margem— mudam pouco.
Mas a queda do mercado em 2022 está criando um ponto de entrada cada vez mais atraente para investidores de longo prazo. Embora 2022 tenha sido uma jornada complicada, com os deslocamentos de longa data que passaram por um fechamento abrupto, , os investidores agora podem esperar compor retornos futuros em níveis muito mais atraentes.
Após de um ano de turbulência, os princípios básicos de investimento ainda se mantêm firmes. Mais uma vez, a base das carteiras pode ser o 60/40, enquanto os alternativos podem oferecer alfa, proteção contra a inflação e diversificação.
Estes artigos tratam das questões que provavelmente terão um impacto profundo e prolongado no cenário global de investimento.
Insights temáticos

Pontos principais
A desglobalização não é inevitável. Esperamos um mundo multipolar no qual os blocos comerciais se tornem mais alinhados politicamente.
À medida que a globalização evolui, a intensidade do comércio de bens provavelmente diminuirá. Mas os serviços podem florescer em uma economia global mais virtual.
Em qualquer ambiente disruptivo, haverá vencedores e perdedores — novas oportunidades e riscos — conforme os investidores se adaptam e respondem às mudanças.
A globalização —uma era de integração econômica cada vez mais estreita— está prestes a mudar de direção? Não pensamos assim.
Em nossa opinião, a globalização não desaparecerá, mas evoluirá. Enxergamos um amplo espectro de possibilidades. O cenário mais provável é o de um mundo multipolar no qual os blocos comerciais se tornem mais alinhados politicamente. No geral, a economia global pode se tornar menos eficiente.
É provável que o papel da inovação e da automação, do crescimento da demanda em novos mercados, bem como do aumento (ou declínio) do nacionalismo e das mudanças na regulamentação sobre clima, impostos e dados ditem como a globalização evoluirá.
Haverá vencedores e perdedores, em diferentes regiões geográficas e indústrias. Por exemplo:
As economias de baixos salários que se beneficiaram mais de décadas de globalização parecem estar em maior risco. Aquelas que ainda não participam do crescimento liderado pelas exportações podem ter seu desenvolvimento reduzido.
A Ásia e uma base cada vez mais próspera de consumidores se beneficiariam de uma maior regionalização conforme as cadeias de suprimentos se diversificam e a produção se aproxima da demanda.
O setor de serviços assume a liderança
Com a evolução da globalização, a intensidade do comércio de bens provavelmente diminuirá. Mas os serviços podem florescer em uma economia global mais virtual. Os setores de serviços devem se beneficiar do investimento em mão-de-obra qualificada e em tecnologias que economizam mão-de-obra. Economias como a Índia e as Filipinas, com grandes populações de falantes de inglês e infraestrutura estabelecida, também podem se beneficiar e atrair mais capital estrangeiro.
Embora a regulação possa ficar mais rígida no setor de tecnologia em geral, algumas empresas desse ramo serão beneficiadas por novas demandas. A ascensão da “soberania digital” como uma questão de segurança nacional provavelmente levará a um aumento dos gastos com segurança cibernética. Mesmo antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, estimava-se que os gastos com segurança cibernética ultrapassariam US$ 200 bilhões até 2024, um aumento de 43% em relação a 2021.
À medida que a ameaça e o custo das violações de segurança aumentam, empresas e governos são altamente incentivados a investir em proteção. Do mesmo modo, os setores de defesa poderiam ser beneficiados por um mundo mais tenso e fragmentado.
Enquanto isso, a robótica e a automação devem se tornar cada vez mais importantes e baratas como substitutos para os trabalhadores, devido ao acesso mais limitado à mão-de-obra de baixa remuneração. Prevemos que essa tendência se manterá, pois o envelhecimento da população nos países desenvolvidos pressiona ainda mais a oferta de mão-de-obra, e a produção muda de local para atender ao crescimento em novos mercados.
A mudança de papéis e relacionamentos da China
Qual será o papel da China na evolução da globalização?
A China parece estar cada vez mais em risco de ter seu comércio reduzido com o resto do mundo após uma série de ações dos governos dos Estados Unidos e da Europa destinadas a regular e frear sua dependência da China. Esse cenário pode beneficiar outras economias. O aumento dos salários chineses já ajudou a região asiática em geral, pois a produção mudou para mercados com custos relativamente mais baixos, próximos à fonte da demanda final.
A mudança para uma diversificação maior da cadeia de suprimentos pode acelerar essa tendência, especialmente para fabricantes de produtos de consumo, como têxteis e hardware de tecnologia, e também poderia sustentar o investimento em infraestrutura.
Os investidores se adaptam às mudanças
A economia global claramente se beneficiou de 70 anos de globalização crescente. Esperamos que aconteça uma reconfiguração no futuro, mas não uma reversão. Este ambiente será disruptivo de muitas maneiras, com novos riscos e oportunidades conforme os investidores se adaptam e reagem às mudanças.

Pontos principais
O crescimento da população global gera imensos desafios e oportunidades. Importante para os investidores: o impacto demográfico no crescimento econômico, padrões de consumo, necessidades de infraestrutura e uso de recursos finitos.
Os países não têm a garantia de um dividendo demográfico. Acreditamos que as políticas públicas serão um diferencial. Criamos um conjunto de pontuações para ajudar na triagem de economias com sólidas políticas nacionais e corporativas.
É preciso investir no momento certo para enfrentar o estresse que o crescimento das populações gera no planeta. Existem oportunidades de investimento em infraestrutura verde, tecnologias agrícolas, fontes alternativas de proteína e reflorestamento.
Até o final deste século, a população global deverá alcançar 10,6 bilhões de pessoas, gerando imensos desafios e oportunidades. Economias “mais jovens”, com uma proporção cada vez maior de pessoas em idade produtiva (15 a 64 anos) devem ganhar um dividendo demográfico —crescimento econômico mais rápido— do que economias com uma grande proporção de adultos mais velhos. Na África subsaariana, no Oriente Médio e em partes da Ásia, as populações em idade produtiva estão crescendo mais rapidamente.
O impacto demográfico no crescimento econômico, padrões de consumo, necessidades de infraestrutura e uso de recursos finitos são fatores de primordial importância para os investidores.
O sucesso econômico baseado apenas na demografia está longe de ser garantido. Quais economias jovens parecem estar preparadas para aproveitar esse dividendo demográfico?
Acreditamos que políticas públicas sólidas serão o diferencial. Países com fortes estruturas nacionais e de governança corporativa, infraestrutura sustentável e integração em cadeias de suprimentos globais provavelmente sairão ganhando.
Sem isso, surgem riscos importantes. As economias que não investem adequadamente em suas forças de trabalho em idade ativa em rápido crescimento, não constroem infraestrutura suficiente (a tempo) e não garantem o uso sustentável de seus recursos naturais podem enfrentar consequências desastrosas.
Criamos conjuntos de pontuações que agregam indicadores das principais políticas públicas. Juntas, nossas quatro pontuações oferecem uma abordagem multifacetada que pode ajudar os investidores a decidir onde podem aproveitar melhor o crescimento populacional.
Sem dúvida, a desigualdade de renda é um desafio. Ainda assim, as oportunidades de investimento para atender aos consumidores jovens devem ser abundantes nas economias mais jovens com pontuação alta. O aumento no número de famílias jovens nessas economias deve impulsionar o crescimento do consumo de vestuário, serviços educacionais e transporte.
Mas o crescimento populacional também significa um uso mais intensivo de energia, água, alimentos, ecossistemas e infraestrutura. Para aliviar o estresse inevitável no planeta, é necessário um investimento adequado e oportuno em soluções sustentáveis. Há oportunidades empolgantesde investimento em soluções para os desafios — repensar a infraestrutura, os hábitos de consumo de energia e alimentos; o uso da terra, a agricultura e a silvicultura mais sustentáveis. Os temas incluem infraestrutura verde, tecnologias agrícolas sustentáveis, fontes alternativas de proteína e reflorestamento.
Nossas pontuações:
Pontuação Top-down: Mensura as principais políticas públicas e instituições soberanas (estado de direito, liberdade econômica, educação e outras). Pontuações altas podem indicar títulos públicos e moedas atraentes. Índia, Vietnã, Malásia, África do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos (EAU) são promissores.
Pontuação Bottom-up: Captura a governança corporativa. Uma pontuação alta pode indicar investimentos atraentes em renda variável e crédito. Malásia e África do Sul pontuam bem aqui.
Pontuação de Migração-Produtividade: Reflete se uma economia está capitalizando bem as tendências de migração. Canadá, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e França têm pontuações altas e têm potencial para oferecer melhores resultados de crescimento do que seus dados demográficos sugerem.
Pontuação do Ímpeto de Transição Energética: Captura a trajetória potencial da energia verde em diferentes economias. Quênia, Vietnã e Emirados Árabes Unidos se destacam.
Em última análise, o capital privado deve complementar as iniciativas públicas para liberar o potencial dividendo demográfico das economias mais jovens da maneira mais sustentável. Em um mundo de taxas mais altas, políticas públicas sólidas serão a chave para atrair financiamentos, que serão mais escassos, criando ganhadores e perdedores para os investidores ao longo do caminho.
Em um novo regime macroeconômico, os investidores podem testar seu processo de alocação e fazer mudanças que darão suporte a retornos ajustados ao risco em vários horizontes.
Implicações para a carteira
Encontrando o equilíbrio: Paciência estratégica, flexibilidade tática
O ano de 2022 marca uma mudança de regime — de um mundo de inflação baixa e de alívio nas condições financeiras para um mundo de inflação alta, aperto nas políticas e taxas de juros mais altas. O surgimento desse novo regime é uma oportunidade para os investidores testarem seu processo de alocação e fazerem mudanças que darão suporte a retornos ajustados para o risco em vários horizontes.
Um ambiente de investimento transformado exige uma avaliação perspicaz das premissas de longo prazo que ancoram o processo de alocação estratégica. Também sugere uma abordagem mais flexível para táticas de curto prazo, já que as recentes mudanças no mercado trazem oportunidades para gerenciar riscos e capturar retornos no curto prazo. Os investidores precisam encontrar um equilíbrio entre paciência estratégica e flexibilidade tática.
Ajustando as estratégias de alocação
No último ano, observamos uma mudança significativa na dinâmica de alocação de ativos. A diversificação nos mercados públicos desapareceu, com ações e títulos caindo proporcionalmente. O desempenho relativamente superior dos ativos privados levou a desequilíbrios de alocação. E, por fim, a forte resposta política ao aumento da inflação mudou drasticamente a curva de yield tradicional e a dinâmica das moedas.
Se essas tendências persistirem, as estratégias precisarão ser ajustadas. Mesmo que sejam temporárias, essas tendências podem oferecer oportunidades táticas atraentes. Utilizamos um modelo de alocação, ajustado para correlações mais altas e as premissas de retorno mais recentes, para ilustrar as inclinações direcionais que podem fazer sentido.
Entre nossas principais conclusões estão as seguintes: Com a melhora nas premissas de retorno futuro para mercados públicos, um portfólio 60/40 “baseline” pode oferecer retornos futuros mais altos do que em qualquer outro momento em mais de uma década. Em resposta a um dólar mais forte, os investimentos globais podem se mostrar atraentes para os investidores americanos (e os investimentos americanos por sua vez ficam menos atraentes para os investidores não americanos).
No entanto, é preciso ter cautela, pois há potencial para uma virada para um ambiente de correlação mais positiva, o que pode limitar a capacidade do investidor de diversificar o risco da renda variável e pode aumentar a volatilidade. Como resultado, pode ser preciso ampliar a exposição a setores de crédito de menor volatilidade e diversificar os alternativos para equilibrar risco e retorno na carteira.
O papel cada vez mais amplo dos alternativos diversificados
Os alternativos podem ser menos fundamentais para atingir as metas de retorno projetado do que eram no final de 2021. Mas agora são ainda mais importantes do ponto de vista da diversificação. Alocações em alternativos oferecem uma combinação atraente de menor volatilidade absoluta e uma fonte confiável de retorno.
Nosso modelo aloca em private equity, imobiliário global do tipo core, infraestrutura, fundos de hedge diversificados e empréstimos diretos. Em nossa opinião, os investidores devem considerar alocar nesses ativos tanto quanto seus orçamentos de liquidez permitirem com prudência.
Conheça nossas projeções de retorno para as principais classes de ativos e a lógica por trás dos números.

Pontos principais
A pandemia e suas consequências nos últimos dois anos poderiam alterar bastante nossa perspectiva de crescimento de longo prazo, mas não alteraram tanto.
Dados demográficos continuam restringindo as perspectivas de crescimento, em especial nos mercados desenvolvidos e em muitas economias asiáticas emergentes.
Nossas projeções de crescimento não mudaram significativamente em relação ao ano passado, mesmo que tenhamos reduzido as projeções em várias economias para levar em conta posições iniciais elevadas.
Continuamos otimistas com as perspectivas de longo prazo para o crescimento da produtividade, embora nossas premissas nesse campo não tenham mudado em relação ao ano passado.
A grande questão que paira sobre as perspectivas é se o mundo mudou para um regime de inflação alta.
Embora muitas economias estejam superaquecendo hoje e a expectativa seja de alta da inflação, acreditamos que muitas forças não cíclicas que deprimiram a inflação nas últimas décadas continuam atuando.
Além disso, acreditamos que a maioria dos bancos centrais continuará buscando cumprir, diligentemente, suas metas de estabilidade de preços no médio prazo.
Como resultado, aumentamos nossas projeções de inflação de forma modesta, mas não dramática.
Nossas premissas para 2023 preveem principalmente estabilidade no crescimento real do PIB e uma inflação mais alta – mas não muito mais alta
Premissas Macroeconômicas de Longo Prazo para os Mercados de Capitais em 2023 (%, média anual)
Fonte: J.P. Morgan Asset Management; estimativas em 30 de setembro de 2022. As projeções do PIB real do ano anterior incluem bônus cíclicos. Dados os pontos de partida deprimidos no pós-choque, na edição do ano passado adicionamos bônus cíclicos às nossas projeções de tendência de crescimento para 2021. Este ano, nossa projeção para 2023 retorna às taxas de tendência somente. Ao comparar as taxas de tendência de 2022 com as de 2023 aqui, não utilizamos o valor da ‘taxa mais bônus cíclico’ do ano passado, mas apenas a taxa de tendência.

Pontos principais
Nossas premissas de longo prazo para o valor justo da taxa de câmbio mudam relativamente pouco, uma vez que os diferenciais projetados de inflação continuaram estáveis, apesar do rápido aumento da inflação e do aperto agressivo na política monetária no último ano.
Mantemos nossa convicção de que o dólar americano – significativamente mais forte desde nossa última edição devido ao rápido aperto na política monetária e ao aumento do risco de recessão – dissipará grande parte de sua supervalorização ao longo do horizonte de tempo coberto pelo relatório Long-Term Capital Market Assumptions (LTCMAs).
Como o enfraquecimento das moedas por meio da política monetária flexível aumenta a inflação, acreditamos que os Bancos centrais priorizarão, em diferentes graus, mais as metas de inflação do que a competitividade das moedas. Isso pode levar que algumas moedas venham a convergir totalmente para o valor justo em nosso horizonte de longo prazo.
Acreditamos que os dólares australiano e canadense, o franco suíço, a coroa sueca e até mesmo o euro devem convergir para o valor justo versus o dólar americano.
O renminbi chinês se valoriza menos versus o dólar americano do que o valor justo implicaria, pois uma moeda com valor competitivo continua sendo um importante suporte para o setor de exportação. Consequentemente, outras moedas asiáticas, como o iene japonês, o won coreano e o dólar taiwanês, provavelmente também se valorizarão menos do que seu valor justo implicaria
Mantemos nossa convicção na ampla depreciação do US$
Premissas para variações nas taxas de câmbio de moedas selecionadas versus o US$,* nominal e real
Fonte: J.P. Morgan Asset Management; dados e projeções de setembro de 2022. * Todas as taxas de câmbio são cotadas no formato convencional do mercado.

Pontos principais
Pela primeira vez desde a crise financeira global, a esperada normalização dos yields eleva nossas previsões de retorno de longo prazo na maioria dos mercados: com os yields dos títulos de dívida agora iguais ou acima das médias neutras para ciclos, nossas projeções de retorno aumentam significativamente e a perspectiva é mais estável.
A inflação alta e os bancos centrais mais duros elevaram muito os yields dos títulos desde nossa última edição; quase toda a alta em nossas projeções de retorno da renda fixa para 2023 resulta desses pontos de partida mais altos.
Nossas premissas de retorno dos títulos e das taxas básicas de juros neutras para ciclos aumentam nos mercados desenvolvidos. Nos títulos indexados à inflação, as projeções mais altas para a inflação devem deslocar a curva de equilíbrio para cima. Nossas premissas de longo prazo de spread de crédito e empréstimos pouco mudaram.
As premissas para a dívida dos mercados emergentes (ME) mudaram pouco, apesar da maior heterogeneidade regional. As economias produtoras de petróleo do Oriente Médio, por exemplo, parecem mais saudáveis. Algumas economias latino-americanas estão lutando contra a inflação, e muitas economias de fronteira enfrentam crises, o que ajuda a elevar os yields e spreads iniciais dos índices – vemos isso como um reflexo do risco de curto prazo. Não ajustamos nossas premissas de spread de crédito dos ME.
Acreditamos cada vez mais que os títulos estão novamente se tornando um bom hedge para o risco, se nossa expectativa de que a inflação acabará voltando para as metas dos bancos centrais estiver correta.
A alavancagem não parece forçada nos mercados de crédito; embora os defaults possam aumentar ao longo do horizonte das nossas LTCMAs, as taxas de recuperação também devem subir em direção às médias históricas. Mantemos nossa projeção para a taxa geral de perda.
A normalização das taxas não é mais um obstáculo para os retornos médios na maioria dos mercados
Projeções “building block” de retorno de renda fixa para os países do G4
Source: J.P. Morgan Asset Management; estimates as of September 30, 2022. Long-maturity government bond index: Citi EMU GBI 15+ yr EUR; Citi Japan GBI JPY; FTSE UK Gilts Under 15+ yr GBP and Bloomberg U.S. Treasury 20+ yr USD. High yield: Bloomberg US High Yield 2% Issuer Cap USD and Bloomberg Pan-European High Yield EUR. Emerging market debt: J.P. Morgan EMBI Global Diversified Composite. Cycle-neutral: the average yield we expect after normalization.* Emerging market local currency debt.

Pontos principais
Elevamos nossas premissas para o retorno de longo prazo da renda variável (10 a 15 anos) em todas as regiões. Os melhores valuations iniciais são o maior direcionador do crescimento das expectativas de retorno.
As margens corporativas de hoje estão elevadas e devem diminuir. Mas nossas projeções ainda mantêm as margens em patamares elevados em relação ao histórico, refletindo principalmente uma mudança na composição do setor.
Nos EUA, nossa expectativa de retorno aumenta de 4,10% para 7,90%, principalmente devido à redução do arrasto da normalização do valuation. Observamos uma dinâmica semelhante em outros mercados desenvolvidos.
Os retornos dos mercados emergentes (ME) também estão melhores este ano, mas em um grau mais moderado do que nos mercados desenvolvidos (MD). Rebaixamos nossas expectativas de crescimento de receita para MEs, de modo a refletir previsões mais baixas do PIB nominal nas principais regiões e menos otimismo quanto à capacidade das empresas dos ME de gerar receita em ambientes de inflação alta.
O USD deve perder força ao longo do nosso horizonte de projeção, o que serve de impulso para os retornos da renda variável internacional para investidores cuja moeda de base seja o dólar americano.
Os valuations já não representam mais um arrasto significativo para nossas projeções de retorno da renda variável
Premissas de retorno de longo prazo e “building blocks” da renda variável de mercados desenvolvidos selecionados, em moeda local
Premissas de retorno de longo prazo e “building blocks” da renda variável de mercados emergentes selecionados, em moeda local
Fonte: J.P. Morgan Asset Management; dados de 30 de setembro de 2022. Os números podem não somar devido a arredondamento. O MSCI China é tratado como um ativo cuja moeda local é o CNY.

Pontos principais
Mudanças – tanto positivas quanto negativas – impactam nossa perspectiva para ativos alternativos, mas tais estratégias e setores continuam a desempenhar um papel importante na diversificação da carteira, no retorno e no fluxo de caixa em um contexto de volatilidade nos mercados.
Private equity: Nossas premissas de retorno sobem, direcionadas pelo componente do mercado público. Fatores cíclicos deflacionam os retornos no curto prazo, enquanto o “dry powder” aumenta o potencial de retornos futuros. Vemos um grande potencial para alfa em uma economia que está mudando muito.
Estratégias alternativas selecionadas – premissas de retorno (alavancado,* líquido de taxas, %)
Capital de risco: Esperamos que o capital de risco continue tendo um desempenho marginalmente inferior ao do private equity, como tem ocorrido historicamente, com uma volatilidade de retorno muito maior.
Estratégias alternativas selecionadas – premissas de retorno (alavancado,* líquido de taxas, %)
Empréstimo direto: As estimativas de retorno aumentam conforme os juros sobem e o capital financeiro disponível fica cada vez mais escasso. Os efeitos negativos estão ficando mais fortes, mas a natureza das transações de empréstimo direto favorecem retornos melhores do que os seus equivalentes do mercado público..
Estratégias alternativas selecionadas – premissas de retorno (alavancado,* líquido de taxas, %)
Fundos de hedge: As premissas sobem moderadamente em todas as estratégias, com ênfase principalmente no macro. O ambiente geral para alfa melhora, com base no aumento da volatilidade dos ativos de risco, das projeções de taxas de juros e do forte ímpeto positivo para commodities.
Estratégias alternativas selecionadas – premissas de retorno (alavancado,* líquido de taxas, %)
Imobiliário: As estimativas de retorno para imobiliário privado diminuem em todas as regiões devido à expansão da capitalização de saída e ao aumento do custo de capital, embora a dispersão no setor possa compensar alguns desafios. No entanto, a perspectiva para REITs melhorou, dados os valuations iniciais atraentes.
Estratégias alternativas selecionadas – premissas de retorno (alavancado,* líquido de taxas, %)
Infraestrutura: As projeções de retorno continuam robustas. Esperamos que a infraestrutura continue sendo uma proteção significativa contra a inflação e oferecendo diversificação de carteira em um ambiente de alta de juros.
Selected alternative strategies – return assumptions (levered,* net of fees, %))
Transportes: O yield operacional para o transporte global tipo core continua sua trajetória ascendente, favorecido por uma forte demanda e por fluxos dinâmicos de transporte marítimo; os principais direcionadores de retorno incluem interrupções causadas pela Covid-19, inflação, tensões geopolíticas e alta utilização de ativos.
Estratégias alternativas selecionadas – premissas de retorno (alavancado,* líquido de taxas, %)
Madeira: O yield operacional de florestas comerciais aumentou devido à restrição da oferta desse ativoglobalmente. Impulsionado pelos atributos ambientais, sociais e de governança das florestas comerciais e por suas qualidades de proteção contra a inflação, o forte crescimento no interesse dos investidores e a oferta limitada de madeira sustentam nossas projeções de retorno.
Estratégias alternativas selecionadas – premissas de retorno (alavancado,* líquido de taxas, %)
Commodities: Nossas premissas de retorno para commodities da cesta ampla de longo prazo melhoram na margem, mesmo no ciclo já avançado.
Estratégias alternativas selecionadas – premissas de retorno (alavancado,* líquido de taxas, %)
Fonte: J.P. Morgan Asset Management; estimativas em 30 de setembro de 2021 e 30 de setembro de 2022.
* Todas as premissas de retorno incorporam alavancagem, exceto commodities, categoria em que não se aplica.
** O composto de private equity é ponderado para os ativos sob gestão (AUM): 65% empresas de portes grande e mega, 25% empresas de médio porte e 10% empresas de pequeno porte. As categorias de porte se referem ao tamanho do pool de ativos, que tem correlação direta com o tamanho das empresas adquiridas, exceto no caso de empresas de porte mega.
† A premissa Diversificada representa o retorno projetado para fundos de hedge multiestratégia.
†† A premissa Conservadora representa o retorno projetado para fundos de hedge multiestratégia que buscam obter retorno consistente e baixa volatilidade geral da carteira, investindo principalmente em estratégias de menor volatilidade, como equity market neutral (renda variável neutra para mercado) e arbitragem em renda fixa. A premissa Conservadora para 2023 utiliza um beta de 0,70 para Diversificada.
‡ O composto global é formado com base nos seguintes pesos: cerca de 65% EUA, 15% Europa e 20% Ásia-Pacífico.

Pontos principais
Prevemos uma maior volatilidade para a maioria das classes de ativos, mais significativamente em renda fixa, conforme as taxas revertem para níveis mais altos de yield e os retornos provavelmente voltam a subir para os níveis observados pela última vez antes da crise financeira global.
Em nosso horizonte de projeção de longo prazo, as correlações entre ações e títulos de dívida dos EUA permanecem negativas, mas um pouco menos negativas devido ao efeito da correlação positiva de curto prazo.
A correlação entre a renda variável e títulos do Tesouro dos EUA deve continuar volátil, reduzindo a eficácia da renda fixa tipo core em suavizar a volatilidade da renda variável; os benefícios da diversificação podem ter enfraquecido na margem, mas persistem.
A dinâmica do risco foi desafiadora em 2022, pois a volatilidade de curto prazo desviou significativamente de nossas premissas de longo prazo. Apesar dessa ruptura, nossa análise reafirma que, mesmo que as projeções de volatilidade de longo prazo apresentem tendência de alta, os riscos de curto prazo não se tornam projeções de longo prazo, a menos que o ambiente macro e de mercado de hoje se torne um fenômeno plurianual.
Nossa projeção para o índice de Sharpe melhora para a renda variável, revertendo para médias históricas, e sobe para títulos públicos e crédito corporativo. Os índices de Sharpe dos ativos reais estão estáveis ou em declínio, mas, apesar desse rebaixamento relativo, os alternativos mantêm seus perfis de risco e retorno estáveis e altamente diversificados.
Embora a volatilidade de curto prazo esteja tendendo a aumentar nos mercados globais, os níveis projetados de longo prazo permanecem estáveis
Volatilidade de curto x longo prazo (%), ativos selecionados (US$)
Fonte: Bloomberg, J.P. Morgan Asset Management; dados de 30 de setembro de 2022.
